APAS - Associação de Extrativismo

Espaço de discussão de projetos sustentáveis que visam o desenvolvimento pleno das populações tradicionais (agricultores familiares, extrativistas, indígenas) que garantam justiça social e ambiental adequada a realidade e comprometimento com o ecossistema.

terça-feira, 15 de maio de 2018

GT MEL - Apoio a cadeia produtiva de Meliponicultura e Apicultura do Tapajós

Organizações e Instituições de 6 municípios e mais o distrito de Castelo de Sonhos participam de Grupo de Trabalho de Apoio a Cadeia Produtiva de Meliponicultura e Apicultura Do Tapajós - “GT MEL”
A demanda de criação do “GT MEL” foi definida em função da apresentação dos resultados do estudo denominado: QUALIDADE DO MEL PRODUZIDO E COMERCIALIZADO NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, realizado no ano de 2016 pelos professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) Dr. PAULO SÉRGIO TAUBE JUNIOR e Msc. ARTHUR ABINADER VASCONCELOS.
Os levantamentos dos estudos e a organização da reunião de apresentação dos resultados em Itaituba/PA, ocorrida no dia 04 de maio de 2018 foi apoiada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Itaituba (SEMAGRA).
O projeto realizado nos municípios paraenses de Santarém, Belterra, Mojui e Itaituba, teve por objetivo geral avaliar parâmetros físico-químicos, atividade antioxidante e antimicrobiana do mel produzido no oeste do Pará e objetivos específicos: i) Avaliar a qualidade dos méis através de parâmetros físico-químicos; ii) Comparar os parâmetros entre méis de dois diferentes períodos do ano; iii) Identificar compostos orgânicos presentes nas amostras; iv) Determinar a atividade antioxidante e v) Determinar a atividade antimicrobiana.
Os métodos, resultados e informações detalhadas do estudo podem ser consultados em: http://rvq.sbq.org.br/imagebank/pdf/PauloNoPrelo.pdf, porém vale destacar que o mesmo traz a seguinte conclusão:
“Em relação às características físico-químicas dos méis analisados neste trabalho, observou-se que apenas 01 amostra de mel de Jandaíra e 11 de Apis mellifera apresentaram todos os parâmetros físico-químicos avaliados (cor, pH, teor de umidade, cinzas e açúcares redutores) em acordo com a legislação brasileira.
As amostras J01, J02, J03, J05, J06, J07 e J08 apresentaram teores de umidade maiores que 20%, a amostra J04 apresentou teores de açúcares redutores inferiores a 65% e as amostras J01, J03 e J04 apresentaram possível presença de adulterantes como dextrinas e/ou amido.
Entretanto, como o teor de umidade máximo estabelecido na legislação brasileira refere-se apenas a méis de Apis mellifera, é necessária uma avaliação de um maior número de amostra de mel de Jandaíra a fim de estabelecer uma legislação específica.
De modo geral, metade das amostras de méis analisada apresentaram atividade antioxidante superiores a 50%, sendo que os méis com colorações mais escuras foram os mais ativos.
Vale ressaltar que a adulteração dos méis implica em perda das suas propriedades benéficas, diminuição da vida de prateleira bem como torna o alimento mais calórico, logo é necessário uma maior fiscalização principalmente em feiras e mercados municipais.”
Diante dos resultados apresentados, das condições favoráveis da região para o desenvolvimento da atividade de meliponicultura e apicultura, bem como pela necessidade de fortalecimento da cadeia produtiva do mel através de realizações de projetos e pesquisas desta cadeia produtiva, um dos principais encaminhamentos foi estabelecer um Grupo de Trabalho (GT) para discutir estratégias de consolidação da atividade apícola na região do Tapajós e neste sentido foi realizada uma reunião com os atores locais interessados em participar deste espaço debate, denominado de GRUPO DE TRABALHO DE APOIO A CADEIA PRODUTIVA DE MELIPONICULTURA E APICULTURA DO TAPAJÓS - “GT MEL”.

1         GRUPO DE TRABALHO DE APOIO A CADEIA PRODUTIVA DE MELIPONICULTURA E APICULTURA DO TAPAJÓS - “GT MEL”

A reunião de estabelecimento do “GT MEL” proporcionou uma ampla discussão sobre a cadeia produtiva, onde foram deliberados diversos aspectos para uma atuação estratégica frente às necessidades de fortalecimento da cadeia apícola no Tapajós, conforme detalhamento abaixo.

1.1        Definição e Duração

O GRUPO DE TRABALHO DE APOIO A CADEIA PRODUTIVA DE MELIPONICULTURA E APICULTURA DO TAPAJÓS - “GT MEL” é um arranjo organizacional e interinstitucional para discutir as estratégias de desenvolvimento dos elos da cadeia produtiva apícola na região do Tapajós e terá duração indeterminada.

1.2        Objetivo

Discutir, apoiar e desenvolver ações estratégicas que acelerem a consolidação da cadeia produtiva apícola na região do Tapajós, promovendo renda e alimento para os agricultores/as familiares e combatendo as adulterações e irregularidades na comercialização do mel nos municípios do território.

1.3        Coordenação e Composição

O GT MEL é coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Tapajós (Instituto Tapajós), o qual será responsável pela mobilização dos atores, organização das reuniões e sistematização de dados e resultados produzidos no âmbito do GT MEL.

O GT MEL poderá ser composto por diferentes atores, representantes organizações da sociedade civil, instituições de governo, agricultores/as familiares, indígenas, produtores/as rurais, comerciantes, estudantes, pesquisadores/as, entre outros, sendo que a inserção ou exclusão no GT é dada de forma voluntária e a qualquer tempo.
De acordo com a participação na reunião e mobilização de atores atualmente é composto por 15 lideranças e gestores de organizações e instituições listadas abaixo:
·        SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DE ITAITUBA
·        INSTITUTO TAPAJÓS
·        COOPEXTRAN
·        EMATER
·        IPAM-ITAITUBA
·        SEMAP-TRAIRÃO
·        REPRESENTANTES DE AGRICULTORS FAMILIARES, PRODUTORES DE MEL E INDÍGENAS
·        CEPLAC- TRAIRÃO
·        STTR-TRAIRÃO
·        CEPLAC-ITB
·        APAS – CASTELO DE SONHOS
·        UFOPA

1.4        Funcionamento

O GT MEL se reunirá de forma ordinária, preferencialmente, 01 (uma) vez por mês ou quando houver necessidade. A ausência do membro em 02 (duas) reuniões seguidas caracterizará a desistência do membro, o qual estará automaticamente excluído e deverá ser comunicado pela instituição coordenadora do GT.
Deverá ser estabelecido tecnologias da informação e comunicação, visando aproximar e facilitar os debates do GT. Inicialmente será criado um grupo de WhatsApp para fins específico de troca de informações sobre a cadeia apícola. Além disso, foi recomendado que todos os membros disponibilizem uma conta GMAIL para acesso compartilhado de inserção e edição de documentos.

1.5        Estratégia de Atuação

O GT MEL atuará com principal articulador de ações da cadeia apícola do Tapajós e deverá buscar e propor soluções com vista a consolidação desta cadeia produtiva. Inicialmente, ficou deliberado que a atuação compreenderá um processo de diagnostico da cadeia e priorizará a discussão sobre aspectos ligados a pesquisas, projetos, beneficiamento e comercialização.
O organograma abaixo ilustra as ações que o GT deve desenvolver:



Fonte: Instituto Tapajós – Relatório de estabelecimento do GT MEL/2018.


Nenhum comentário:

Postar um comentário