APAS - Associação de Extrativismo

Espaço de discussão de projetos sustentáveis que visam o desenvolvimento pleno das populações tradicionais (agricultores familiares, extrativistas, indígenas) que garantam justiça social e ambiental adequada a realidade e comprometimento com o ecossistema.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

MISTERIOSO DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS PODE ESTAR LIGADO A AGROTÓXICO POPULAR NO MUNDO

humanidade teme o fim das abelhas, pois isso trará mais danos do que podemos imaginar. No entanto, a espécie corre risco principalmente por causa de um agrotóxico. Quando falamos disso, na maior parte do tempo, nos referimos ao glifosato, o herbicida mais usado no nosso país e em várias outras partes do mundo. Pelo menos 90% das lavouras de soja usam o produto e são alvos de polêmicas e contestações de médicos e ambientalistas. Acredita-se que o mesmo está associado à morte das abelhas.
O N-(fosfonometil) glicina, princípio ativo do Roundup da Monsanto, e mais 100 produtos agrícolas trabalham na dissolução pela folha das plantas de crescimento rápido. Esses também são conhecidos como mato, age inibindo a ação de enzimas que possibilitam sua existência. Por não dependerem da enzima, o produto até agora não afetava aos animais. Essa era a crença das pessoas. Um estudo realizado recentemente por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostrou que o mesmo não acontece com microorganismos, muitos dos quais dependem a existência de animais, como as abelhas.
A Proceedings of National Academy of Sciences publicou o artigo explicando que, assim como em nós, a saúde das abelhas depende de um ecossistema composto por bactérias que vivem em seu trato digestivo. O glifosato age matando algumas dessas bactérias. Isso causa um desequilíbrio, reduzindo então a capacidade do inseto combater infecções. "Diretrizes atuais consideram que as abelhas não são prejudicadas pelo herbicida", disse Erick Motta, estudante de pós-graduação que liderou a pesquisa. Ele fez a afirmação junto com a professora Nancy Moran. "Nosso estudo mostra que isso não é verdade", completou.
Os pesquisadores, a fim de chegar à conclusão, expuseram as abelhas a níveis normalmente encontrados nas plantações e jardins. Eles pintaram suas costas para que pudessem reconhecê-las depois e as soltaram para viverem normalmente. Três dias depois eles recapturaram as abelhas, observaram que o herbicida reduziu significativamente a microbiota intestinal saudável. Quatro espécies de bactérias, dentre as oito dominantes nas abelhas, foram consideradas menos abundantes. Posteriormente, quando as abelhas foram expostas a um patógeno oportunista, morreram com mais frequência do que as sem glifosato.
A metade das abelhas com o microbioma saudável ainda estava viva oito dias após a exposição  ao patógeno. Enquanto isso, apenas cerca de um décimo das abelhas cujos microbiomas haviam sido alterados ainda estavam vivas. "Estudos em humanos, abelhas e outros animais mostraram que o microbioma intestinal é uma comunidade estável que resiste à infecção por invasores oportunistas", disse Moran. "Então, se você interromper a comunidade normal e estável, estará mais suscetível a essa invasão de patógenos". Estudiosos afirmam que o agrotóxico não é o único motivo pela morte das abelhas, mas é algo que deveria preocupar as pessoas.
Fonte: POR DIOGO QUIARELI    EM CURIOSIDADES       03/10/18 às 15h11

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